Foi um ato de soberba policial, diz jornalista preso durante manifestação

Francis Juliano sendo levado, detido
Beto Jr. / Bahia Notícias

Reporter do site Bahia Notícias e vítima de uma ação policial que resultou na divulgação de uma dura nota pública assinada pelo Sindicato dos Jornalistas do Estado da Bahia (Sinjorba), Francis Juliano se manifestou a respeito da ação policial que resultou em sua prisão, durante manifestação ocorrida nas imediações do Iguatemi, no dia do jogo entre Brasil e Itália, em Salvador. "O fato, no meu caso, exprime um ato de soberba policial, mas sei que se reproduz em muitos da mesma forma, todos os dias nas cidades desse estado. Principalmente contra aqueles menos favorecidos social e economicamente, o que é, na maioria das vezes, um contrassenso, pelo fato de a polícia também ser povo e sofrer na pele o que isso significa", escreveu.

O jornalista explica que o conflito foi iniciado a partir de uma agressão gratuita sofrida por colegas de trabalho que também cobriam a manifestação. "Fui detido porque revidei ao xingamento desferido por um policial, depois de estar junto com a equipe do Bahia Notícias, representada pelo seu editor Evilásio Júnior e o repórter Alexandre Galvão, por ter questionado a agressão sofrida por um colega de imprensa, o repórter fotográfico Almiro Lopes", afirmou.

Francis Juliano explica que o encaminharam para a 16ª Delegacia de Policia, na Pituba, não sem antes passar pela frente e pelo estacionamento do shopping na condição de detido e, na chegada da viatura, tiraram as algemas para ser conduzido no banco de trás do veículo. "Dali até o final mais nenhuma agressão. Quando lá, tive que esperar a chegada do coronel Nascimento que encaminhou a minha liberação.

"Também sei que a truculência nunca foi o pensamento de muitos da Policia Militar da Bahia, desde os chamados praças até os de escalões mais prestigiados da corporação. E eu tenho amigos na PM-BA que jamais fariam aquilo. Mas o buraco é mais embaixo, e o incidente só reafirma o quanto temos pessoas despreparadas para a função do policiamento ostensivo", critica.

"Quem é pago para servir ao cidadão em situações de emoções à flor da pele tem de ter o mínimo de preparação. Ou então, não serve para o serviço público. Tomara que o episódio sirva para a corporação refletir sobre o ocorrido e pensar melhor sobre a sua necessária e vital atribuição. Não fui o primeiro a sofrer truculências e, do jeito que vai, não serei o último. O bordão é cansado, mas nunca deixa, infelizmente, de ser atual: policia para quem precisa de polícia", escreveu.